quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A Diferença entre Paixão e Amor

Por Sandra Samaritano é psicóloga clínica há 25 anos, especializada em atendimento de grupo, casal, família e sexualidade. Atua como psicoterapeuta e coordena o grupo de supervisão clínica no Inst. Paulo Gaudencio. Presta consultoria e orientação na área educacional e organizacional, ministrando palestras e fazendo psicodiagnósticos.

Paixão é uma das relações afetivas mais intensas

As emoções sentidas são com grande intensidade. Neste período tudo é intenso, colorido, límpido, lindo, alegre e desencadeia a maior parte dos vínculos, por isso é desejada por todos.
A paixão é sentida como um momento de plena felicidade por alguns, é o momento em que a pessoa se permite idealizar o que ela necessita no outro. 
É o relacionamento da pessoa consigo mesma, projetada no outro. Está é uma visão narcísica, “onde a pessoa ama sua própria imagem refletida”. A pessoa conhece alguém e cria, projeta no outro o que ela deseja. Apaixona-se pelo que ela criou no outro.

Portanto, se apaixona pela impossibilidade, já que foi projetado no outro seus próprios desejos. Isto é o que mantém a paixão – a impossibilidade da realização.
Com a existência do relacionamento, a convivência, o conhecimento deixa de ser garantido e a impossibilidade acaba, passa a não existir. Com isso, a pessoa começa a se enxergar, a se ver diante do outro.  Se isso realmente existir, começa a possibilidade do amor.
Muitas vezes, nos deparamos com pessoas que não vêem sentido na vida se não estiverem apaixonadas por alguém. Isso é perigoso. Não podemos colocar a paixão no “ego idealizado”, este dificulta a construção de vínculo sólido, duradouro.
 A pessoa se apaixona, conquista o objeto da paixão, acaba como consequência do convívio e parte em busca de outra paixão, novo vínculo. E o mecanismo continua... Nesse período, como tudo é intenso, há grande descarga de endorfina – podemos dizer que a paixão traz “a felicidade”.
A diferença entre o sentimento de amor e paixão reside no ego idealizado.
No amor, o ego idealizado deve estar como objetivo da conquista. Na paixão,o momento em que o relacionamento começa a existir, a garantia do que desejei começa a acabar e a realidade começa a apresentar o outro como ele é, este deixa de ser da maneira que me atraiu, a intensidade dos sentimentos começam a diminuir e a paixão pode acabar ou o amadurecimento da emoção pode existir e transformar-se em amor.
A paixão é uma das relações afetivas mais sem limites. A colocação de limites é fundamental para a conquista de um relacionamento maduro e saudável.

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