quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Brigas: o grande mal dos relacionamentos

Eda Fagundes é psicóloga clínica. Atua há 25 anos na área de terapia individual, de casal e de família. Há 17 anos também atende pacientes com assuntos voltados à sexualidade e seus transtornos. É proprietária do Centro de Psicologia Clínica e Preventiva, no Rio de Janeiro.


Estamos acostumados a ouvir que as brigas de amor dão um certo tempero às relações amorosas e que nada melhor do que fazer as pazes depois. Para que isso seja verdade, é preciso que sejam briguinhas leves, educadas e esporádicas.

Quando me refiro a “briga”, estou falando de casais que, por diferentes razões, vivem desentendimentos violentos. Discussões, troca de ofensas, gritos e grosserias de modo geral costumam ter um efeito devastador na qualidade de vida a dois. Infelizmente acontecem com frequência e, muitas vezes, são acompanhadas de agressão física. Podem acreditar, é mais comum do que parece.

Todo e qualquer abuso cometido deve ser visto como sinal de que as coisas estão saindo do controle. Separar é tão doloroso e difícil que as pessoas levam muito tempo para reagir adequadamente a esse tipo de acontecimento. Tentam reparar o problema, encontrar desculpas que atenuem a agressão e costumam levar muito tempo para perceber que o outro só faz conosco o que permitimos. Podemos permitir por diferentes motivos, mas podem acreditar que podemos sair dessas situações a qualquer momento. Depende muito mais de nós do que dos parceiros.
Importante ressaltar que brigar é diferente de discordar. Podemos e devemos expor nossas ideias e opiniões, abordar assuntos delicados ou até mesmo “discutir a relação”, mas o conflito é de idéias, pontos de vista. Os sentimentos como a raiva e a indignação também podem e devem ser manifestados, mas com o rigoroso controle da agressão, seja ela física ou verbal.
Há pessoas com grande poder de controle e gerenciamento da raiva e outras com extrema dificuldade para tal. Se perceberem que saem do controle com alguma frequência, se envolvem em brigas rotineiramente, procurem ajuda. Os malefícios que esse descontrole impõe à vida são graves demais.
Estou me referindo a casais, mas as relações abusivas acontecem nos mais diferentes segmentos relacionais. Estão presentes nas relações parentais, entre amigos, no ambiente de trabalho e até entre desconhecidos.
Bom ficar atento!
Até a próxima!

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Como se sentir bem estando só?

Por Jussania Oliveira é psicóloga clínica, especialista em sexualidade humana pela SBRASH (Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana) e afiliada à WAS (World Association for Sexology). É consultora da revista Men's Health. Seu último livro lançado é “Relacionamento, Sexo e Ejaculação”.


É curioso observar a quantidade de pessoas que estão sem parceria e como isso é visto por elas mesmas e pela sociedade.


Acredito que o ser humano não nasceu para viver sozinho. Podemos gostar e até querer passar momentos ou mesmo períodos assim, mas duvido que seja um desejo permanente e imutável.



No entanto, quanto que se pode ser influenciado por um conceito ou regra ditada pela sociedade. Explico. Mesmo em tempos modernos e atuais, ainda existem muitas pessoas que não aceitam o estado civil separado ou divorciado. Como se isso significasse um demérito, um fracasso em sua história de vida. O que mais me surpreende é o que tantas pessoas são capazes de fazer e a que se sujeitam para manter o "status quo" casado.

O que realmente é importante para mantermos um relacionamento?
Pensando em seus anseios/desejos pessoais, você diria que é feliz/realizado em seu relacionamento?
Muitas vezes, pelo medo de enfrentar novos desafios, sair da acomodação, encarar o novo, acaba-se por viver um relacionamento pobre, falido, mesquinho, rancoroso. E isso pode durar anos, décadas... A vida se arrasta, a convivência é torturante, o sexo inexiste ou é frustrante...
Pare e pense: quantos anos você acha que irá viver? 60, 70? Desse tempo, quanto realmente você acredita que tenha vivido bem e feliz? Buscando o melhor para você? Acreditando em sua capacidade e potencial? Tendo prazer em suas realizações/experiências?
Claro, é óbvio que não podemos ser felizes e satisfeitos 24 horas por dia. Mas será que temos que manter algo em que não acreditamos mais? Que não nos emociona, comove, impulsiona, dá prazer? Por quê? Pelo medo de ficar só? Quantos vivem juntos e sentem-se extremamente solitários... Isso por não acreditar que poderiam ter/conquistar algo maior ou melhor? Ou o que é pior: não se sentir merecedor!
Estar só muitas vezes é a oportunidade de se redescobrir, de recuperar sua identidade, sua autoestima, de se reinventar e perceber que você ainda tem muito a aprender e viver! Novas experiências, horizontes... Perceber que se é capaz de viver bem, muito bem, sem que para isso tenha uma dependência financeira, física, moral ou psicológica de outro alguém.
É importante gostar de sua própria companhia, ter amor próprio e se sentir alguém "inteiro", sem depositar a responsabilidade de ser feliz em outra pessoa, uma vez que é SUA essa tarefa!
Renove-se, reinvente-se e, acima de tudo, viva a vida em sua plenitude, estando só ou acompanhado!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Anorgasmia

Por:Jussania Oliveira é psicóloga clínica, especialista em sexualidade humana pela SBRASH (Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana) e afiliada à WAS (World Association for Sexology). É consultora da revista Men's Health. Seu último livro lançado é “Relacionamento, Sexo e Ejaculação”.


A dificuldade em atingir o orgasmo em uma relação sexual é uma disfunção sexual feminina bastante comum. É uma queixa que leva muitas mulheres a procurar tratamento com especialista em sexualidade humana. Em torno de 40% da população feminina não atingiu ou não identifica um orgasmo.


Apesar de sua variação, podemos dividir em dois grupos:
- mulheres que nunca tiveram experiência de orgasmo, não importa a     circunstância;
- mulheres que conseguem orgasmos com masturbação ou manipulação clitoriana.




Pensar nessa disfunção em tempos atuais, quando há tanta informação sobre sexualidade, pode parecer absurdo, mas não é!
Não podemos esquecer que a sociedade sempre reprimiu fortemente a sexualidade feminina, e, infelizmente, não conseguimos obter mudança de comportamento na velocidade que desejamos. Mesmo hoje, quando questionamos as mulheres sobre a prática da masturbação, muitas dizem que não fazem, por várias razões. E como esperar ter orgasmo se não se reconhece as próprias zonas erógenas? Como alcançar o prazer se não consegue delimitar os locais, a velocidade, a intensidade de sua excitação? Muitas esperam que seu parceiro descubra isso... Pobres homens! Depositam a responsabilidade de sua satisfação sexual em seu par. Mulheres, por favor, a responsabilidade de obter o seu orgasmo é sua! Claro que eles podem ser ótimos colaboradores, mas você precisa descobrir o "caminho" primeiro, para depois orientá-lo.
E como fazer isso?
Vejam bem: muitas mulheres não pensam em sexo em nenhum momento do dia, não recorrem as fantasias eróticas/sexuais (muitas vezes dizem que não têm fantasias), não falam abertamente (sinceramente) sobre sexo, não se estimulam e, como mencionado há pouco, não se tocam.
Então, por onde começamos?
Num belo, gostoso e demorado banho... Comece lavando seu corpo mais devagar que o usual. Preste atenção na sensação provocada no toque de cada parte. Não tenha pressa. Pare de pensar em qualquer outra coisa que não a sensação corporal (nós temos o péssimo hábito de pensar e fazer várias coisas ao mesmo tempo!). Não espere "subir pelas paredes" na primeira vez que se tocar, mas sim em perceber que seu corpo pulsa, reage e se excita.. Já é um GRANDE começo!
Para ficarem mais entusiamadas, vou dizer alguns benefícios que uma atividade sexual regular e prazerosa proporciona à sua saúde:
- ativa a circulação sanguínea
- exercita a musculatura, que está relacionada com os músculos da   bexiga, ânus e vagina (pouco movimentados normamente)
- deixa a pele mais viçosa
- melhora a qualidade do sono
- é capaz de aliviar dores musculares
- reduz tensões
- ajuda a combater o stress e a depressão
- aumenta a autoestima e o bom humor (oba!)
- estimula a mente
E aí, meninas? Dispostas a mudar o cenário?

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A Diferença entre Paixão e Amor

Por Sandra Samaritano é psicóloga clínica há 25 anos, especializada em atendimento de grupo, casal, família e sexualidade. Atua como psicoterapeuta e coordena o grupo de supervisão clínica no Inst. Paulo Gaudencio. Presta consultoria e orientação na área educacional e organizacional, ministrando palestras e fazendo psicodiagnósticos.

Paixão é uma das relações afetivas mais intensas

As emoções sentidas são com grande intensidade. Neste período tudo é intenso, colorido, límpido, lindo, alegre e desencadeia a maior parte dos vínculos, por isso é desejada por todos.
A paixão é sentida como um momento de plena felicidade por alguns, é o momento em que a pessoa se permite idealizar o que ela necessita no outro. 
É o relacionamento da pessoa consigo mesma, projetada no outro. Está é uma visão narcísica, “onde a pessoa ama sua própria imagem refletida”. A pessoa conhece alguém e cria, projeta no outro o que ela deseja. Apaixona-se pelo que ela criou no outro.

Portanto, se apaixona pela impossibilidade, já que foi projetado no outro seus próprios desejos. Isto é o que mantém a paixão – a impossibilidade da realização.
Com a existência do relacionamento, a convivência, o conhecimento deixa de ser garantido e a impossibilidade acaba, passa a não existir. Com isso, a pessoa começa a se enxergar, a se ver diante do outro.  Se isso realmente existir, começa a possibilidade do amor.
Muitas vezes, nos deparamos com pessoas que não vêem sentido na vida se não estiverem apaixonadas por alguém. Isso é perigoso. Não podemos colocar a paixão no “ego idealizado”, este dificulta a construção de vínculo sólido, duradouro.
 A pessoa se apaixona, conquista o objeto da paixão, acaba como consequência do convívio e parte em busca de outra paixão, novo vínculo. E o mecanismo continua... Nesse período, como tudo é intenso, há grande descarga de endorfina – podemos dizer que a paixão traz “a felicidade”.
A diferença entre o sentimento de amor e paixão reside no ego idealizado.
No amor, o ego idealizado deve estar como objetivo da conquista. Na paixão,o momento em que o relacionamento começa a existir, a garantia do que desejei começa a acabar e a realidade começa a apresentar o outro como ele é, este deixa de ser da maneira que me atraiu, a intensidade dos sentimentos começam a diminuir e a paixão pode acabar ou o amadurecimento da emoção pode existir e transformar-se em amor.
A paixão é uma das relações afetivas mais sem limites. A colocação de limites é fundamental para a conquista de um relacionamento maduro e saudável.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Carnaval

Um pouco da Hitória e da Origem do Carnaval

Por Lilian Russo

A origem do carnaval é um assunto controverso. Alguns historiadores associam o começo das festas carnavalescas aos cultos feitos pelos antigos para louvar boas colheitas agrárias, dez mil anos antes de Cristo. Já outros dizem que seu início teria acontecido mais tarde, no Egito, em homenagem à deusa Ísis e ao Touro Apis, com danças, festas e pessoas mascaradas. Há quem atribua o início do carnaval aos gregos que festejavam a celebração da volta da primavera e aos cultos ao Deus Dionísio. E outros ainda falam da Roma Antiga com seus bacanais, saturnais e lupercais em honra aos deuses Baco, Saturno e Pã.





Hiram Araújo, em seu livro Carnaval, relata que a origem das festas carnavalescas não tem como ser precisamente estabelecida, mas que deve estar relacionada aos cultos agrários, às festas egípcias e, mais tarde ao culto a Dionísio, ritual que acontecia na Grécia, entre os anos 605 e 527 a.C.
Uma coisa, porém é comum a todos: o carnaval tem sua história, como todas as grandes festas, ligada a fenômenos astronômicos ou da natureza. O carnaval se caracteriza por festas, divertimentos públicos, bailes de máscaras e manifestações folclóricas.



A palavra carnaval também apresenta diversas versões e não há unanimidade entre os estudiosos. Há quem defenda que o termo carnaval deriva de carne vale (adeus carne!) ou de carne levamen (supressão da carne). Esta interpretação da origem etimológica da palavra remete-nos ao início do período da Quaresma que era, em sua origem, não apenas um período de reflexão espiritual como também uma época de privação de certos alimentos, dentre eles, o a carne.

Outra interpretação para a etimologia da palavra é a de que esta derive de currus navalis, expressão anterior ao Cristianismo e que significa carro naval. Esta interpretação baseia-se nas diversões próprias do começo da primavera, com cortejos marítimos ou carros alegóricos em forma de barco, tanto na Grécia como em Roma.

No Brasil, o carnaval era chamado de Entrudo por influência dos portugueses que trouxeram, em 1723, brincadeiras e festejos carnavalescos. Muitos atribuem o início do nosso carnaval à celebração feita pelo povo para comemorar a chegada da Família Real. As pessoas saíram comemorando pelas ruas com música, usando máscaras e fantasias.

Podemos apresentar como fatos marcantes dentro da história do carnaval brasileiro os seguintes:

Os carros alegóricos chegam em 1786, por ocasião do casamento de Dom João com Carlota Joaquina.

Até o aparecimento das primeiras escolas de samba, os cortejos carnavalescos das chamadas "sociedades" (clubes ou agremiações que, com suas alegorias e sátiras ao governo) predominavam no carnaval carioca. O primeiro clube a desfilar, em 1855, chamava-se Congresso das Sumidades Carnavalescas.

Desde 1870, o cruzamento de influências rítmicas como lundu, polca, maxixe e tango gera um tipo de música com características do samba. Nos fins do Século XIX, as festas de dança de negros escravos eram chamadas samba. Ao ritmo do samba, o país inteiro começa a dançar em clubes e surgem os primeiros cordões de folia. Ainda nesse século temos dentre alguns fatos marcantes de nosso carnaval o Baile de Máscaras do Hotel Itália (Largo do Rocio, RJ) em 1840, realizado por iniciativa dos proprietários do hotel, italianos empolgados com o sucesso dos grandes bailes de máscaras da Europa.

Em 1873, há o desfile do primeiro rancho, o Dois de Ouros, liderado pelo baiano Hilário Jovino Ferreira.

Em 1899, o aparecimento da música feita para o carnaval, o Abre-Alas de Chiquinha Gonzaga marca a popularização do carnaval brasileiro e dá início às composições chamadas marchinhas carnavalescas.

Em 1902, os cordões carnavalescos já chegam a mais de 200. Encontramos também no início do século XX: os mascarados, o lança-perfume, as batalhas de confete e os bailes infantis que dão início às famosas matinês.

O surgimento do samba foi um poderoso fator de democratização do Rio de Janeiro. De início a elite reage à "manifestação africana". O primeiro samba gravado, tido e reconhecido pela maioria dos pesquisadores de música popular é o Pelo Telefone, de Ernesto dos Santos (Donga) e Mauro de Almeida. A primeira gravação do samba inaugural foi feita para a Casa Edison do Rio de Janeiro pelo cantor Bahiano, acompanhado pela Banda da Casa Edison e obteve notoriedade pública no carnaval de 1917.

Em 1928, foi criada a primeira escola de samba, Deixa Falar, e, logo depois, a Mangueira. E, em 1929, começaram os desfiles, que eram realizados na Praça Onze. A primeira disputa entre escolas de samba aconteceu em 1932 e foi organizada pelo jornalista Mário Filho.

Em 1942, os desfiles passam para a Avenida Presidente Vargas. Em 1963, as escolas já se tornam o grande centro das atenções do carnaval brasileiro e, em 1974, o desfile carioca passa a ser na Avenida Rio Branco até 1984, quando foi inaugurado o Sambódromo.

Atualmente, o carnaval é festejado no sábado, domingo, segunda e terça-feira anteriores aos quarentas dias que vão da quarta-feira de cinzas ao domingo de Páscoa. Na Bahia é comemorado também na quinta-feira da terceira semana da Quaresma, mudando de nome para Micareta. Esta festa deu origem a várias outras em estados do Nordeste, o chamado "carnaval fora de época" como o Fortal, em Fortaleza; o Carnatal em Natal; a Micaroa em João Pessoa; o Recifolia, em Recife; o Micaru, em Caruaru e outros mais.

Hoje o carnaval transformou-se em forte atração turística. Podemos dizer que o carnaval é, hoje, a maior festa folclórica brasileira.

 
Por volta de 1846, houve um acontecimento que revolucionou o carnaval carioca : o aparecimento do Zé Pereira (tocador de bumbo). O Zé Pereira deixou como sucessores a cuíca, o tamborim, o reco-reco, o pandeiro e a frigideira, instrumentos que acompanhavam os blocos de 'sujos' e que hoje animam as nossas escolas de samba.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Orgasmo Feminino

Por: Jussania Oliveira é psicóloga clínica, especialista em sexualidade humana pela SBRASH (Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana) e afiliada à WAS (World Association for Sexology). É consultora da revista Men's Health. Seu último livro lançado é “Relacionamento, Sexo e Ejaculação”.


A mulher está preparada para o sexo?
As mulheres saíram de uma educação bastante repressora, onde não podiam expressar seus desejos, fantasias e, portanto, sua sexualidade. Hoje, aparentemente tudo é permitido.
Embora exista todo um discurso liberal por parte da sociedade, na realidade ainda existem muitos preconceitos, mitos e tabus que permeiam o exercício da sexualidade. Por exemplo: a mulher que expressava e vivia sua sexualidade era desvalorizada. Agora a exigência é que ela deve, obrigatoriamente, ter orgasmo e, de preferência, múltiplos.

 Pensando na mulher e deixando um pouco a sociedade de lado: será que ela está preparada para se libertar de suas "amarras" culturais, educacionais, enfim, todos os tipos de bloqueios que se sofre para viver toda a expressão de seu desejo e sexualidade?
Quando você está na cama com seu parceiro, se sente livre para viver aquele momento, separando o tesão dos problemas financeiros, familiares, profissionais? Se ele te pedir para realizar uma fantasia sexual (sexo oral, lingerie diferente, sexo no carro - em lugar seguro -, e por aí vai...) você está disponível, sem questionar ou pelo menos conversar a respeito, se é certo ou errado, se é pecaminoso ou vulgar?
Deixar as sensações fluírem, observando suas reações corporais e emocionais, dando e recebendo prazer, livres de qualquer preconceito, medo, insegurança... Sentir o cheiro dele e o seu, o desejo dele e o seu, o prazer dele e o seu. Seu corpo responder as carícias com sua cabeça acompanhando, sem usar o sexo (ou a falta de sexo) para puni-lo ou manipulá-lo; sem esperar que ele se transforme em um príncipe encantando e adivinhe suas vontades; que seja perfeito todos os dias; que elogie você pelas mínimas e máximas coisas; que entenda quando está triste ou alegre; que saiba como e onde tocar seu corpo; que a faça suspirar com palavras doces e certas; que a carregue no colo e dê flores todas as semanas; que tenha todos os dias uma surpresa e a comova; que seja inteligente, bem- sucedido, charmoso, honesto etc. Meu Deus! Seria bom tudo isso, não?
Mas, convenhamos, esse homem não existe (podem chorar!). Existe sim, um ser que não nos compreende muitas vezes, mas que tenta compreender. Um ser que sente, pensa e reage de modo diferente de nós,mas que quando está em contato físico demonstra toda sua espontaneidade e objetividade. Ele quer ter e te dar prazer, sem receios, sem pensar no ontem ou no amanhã. Só existe aquele momento, onde dois corpos se encontram, se tocam, se excitam e se dão prazer, muito prazer! Tudo bem que depois teremos que resolver os problemas... mas depois e, não no momento do sexo.
Somos os únicos animais que tem a função sexual não só para procriação, mas também para o prazer. A vida sexual de um casal é muito importante para o sucesso do relacionamento. Sexualidade saudável também é uma questão de qualidade de vida, saúde física e emocional.
A experiência com o orgasmo é muito individual ,cada mulher precisa se reconhecer sexualmente para entender suas particularidades e expressões de excitação e prazer.
Se por qualquer razão esse "departamento" de sua vida não estiver satisfatório, procure ajuda profissional especializada para não chegarem a uma fase de suas vidas e dizerem, quando perguntadas sobre sexo: "Eu nunca senti falta disso, não faz a menor diferença"; "Desde os 40 anos, não tenho mais atividade sexual"; "Nunca senti nada". É muito deprimente ouvir frases como estas, sem que estas pessoas saibam que sexualidade é energia de vida, é um dom divino e com certeza, um passo a mais para a felicidade de um casal!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Amar ou ser amado?

Por Sueli de Oliveira Castro - É psicanalista com formação lacaniana, faz atendimento individual a pacientes, é palestrante, trabalha com empresas e é orientadora administrativa do GEA - Grupo de Estudos sobre o Amor, de Campinas (SP) - www.blove.med.br


Tudo o que a gente mais quer, é ser amado. Se cada um quer ser amado, quem ama?

Num relacionamento amoroso, tanto o homem quanto a mulher buscam serem amados em vários aspectos: afetivo, sexual, doméstico, com fidelidade, incondicional.Quando nasce o filho, ambos – tanto pai quanto mãe – passam a amar a prole intensamente. E assim, novamente, tanto o marido quanto a esposa se sentem privados do amor pessoalmente um ao outro. Ambos se dedicam o tempo todo aos interesses de seus herdeiros.

Costumo pontuar que a razão para a celebração de uma união feliz é quando coincide um homem querer se doar àquela mulher eleita por ele dentre tantas outras, para fazê-la feliz haja o que houver e vice-versa; que essa mulher também queira se doar àquele homem dentre todos os demais que ela conhece. Essa é a maturidade pessoal necessária para um casamento dar certo: não se unem para receber e sim para se doar incondicionalmente.

Quanto mais uma pessoa está antipática, nervosa, agressiva, chorosa, vitimizada, mais esse ser humano está clamando por amor, carinho, aconchego, perdão, atenção. Hoje sou eu, amanhã é você. Para que dizer “Eu amo você” se na primeira dificuldade esse amor some? Utopia? Ou apenas possível a quem tem os pés no chão? Como prometer o que não tenho? Se sou amoroso, tenho amorosidade para doar! Como dar amor se nem para mim mesmo sou boa companhia?

Nenhum de nós tem um mar de rosas para oferecer ao bem amado. Cada um de nós sabe, pelo menos intelectualmente, que as rosas possuem espinhos e mesmo assim são belas e desejáveis, não é? Já que tanto positivo quanto negativo coabitam lado a lado em cada pessoa, que tal valorizar o positivo e admitir que o negativo existe e deixá-lo quietinho em seu lugar? Quem vai com muita sede ao pote se lambuza. Isto é, admitindo o lado negativo das pessoas não darei espaço para a frustração nem para a decepção. Manterei minha cabeça erguida e meu amor tornar-se-á até maior valorizando os pontos positivos do ser que amo.

Assim compreendendo: Que tal procurar mais amar que ser amado e ser mais feliz?

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O Lado mais Triste da Solidão

por MARIANA AGUNZI • design LAURA SALABERRY • ilustração ANNA CUNHA

Quando ela deixa de ser uma escolha, é a saúde que sai prejudicada. Um estudo americano revela os efeitos do isolamento nos genes e comprova seus riscos ao corpo.
 


Quem pensa que a falta de vínculos sociais e afetivos é um drama com repercussões restritas às emoções se engana. A ciência alerta, agora, que a solidão pode até mesmo nos provocar doenças — e não apenas psíquicas. Uma leva de pesquisas recentes mostra que os avessos à família e aos amigos têm tanta tendência a ficar enfermos quanto os fumantes ou sedentários convictos. Há indícios também de que os solitários estariam na linha de frente dos problemas de fundo inflamatório, caso de artrites e doenças cardiovasculares.





Segundo um estudo recém-concluído na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, pessoas que se queixam de uma vida reclusa possuem genes menos ativos na proteção contra vírus. "Os sociáveis estão naturalmente mais propensos a contrair viroses porque estão em maior contato com outros indivíduos", raciocina o psicólogo Steve Cole, que liderou o trabalho. Já a turma que vive afastada do mundo, menos exposta a esse tipo de micróbio, acaba apresentando um sistema imune que não tem tanta necessidade de enfrentá-lo. Em tudo na vida, porém, há uma compensação. Nessa gente, as defesas passam a se concentrar nas bactérias, o que gera uma reação inflamatória recorrente — e nem sempre bem-vinda, já que inflamação demais abre alas a descompassos em diversas áreas do corpo.

É claro que nem todo solitário está fadado a cair de cama. O perigo surge quando a sensação de isolamento é constante e isso, inclusive, independe de ter ou não uma companhia. "A partir do momento em que a solidão começa a interferir no comportamento e no estilo de vida, ela se torna patológica", afirma a psicóloga Denise Pará Diniz, coordenadora do Setor de Gerenciamento de Estresse e Qualidade de Vida da Universidade Federal de São Paulo.

A questão é que o bem-estar físico e mental está interligado. O desarranjo de um lado não raro desestabiliza o outro. Os indivíduos reclusos apresentam maior tendência à depressão, algo que repercute nos hormônios e nas defesas. "Essa condição está associada a quedas imunológicas, pressão alta, perda de sono e alcoolismo. Por isso, é um fator de risco comparável ao cigarro e à obesidade", acusa o psicólogo John Cacioppo, especialista em neurociência social da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos.

Mas, calma, tantas evidências não significam que quem prefere viver mais só tenha que sair às ruas caçando companhia. Os estudiosos advogam que nem toda solidão é prejudicial. Não há problema algum se ela é fruto de uma escolha consciente, ou seja, quando nos afastamos do grupo para descansar, ler, refletir... situações que são até prestativas, especialmente antes de tomar uma decisão. O perigo, vale frisar, é perder o controle e deixar-se levar pela clausura absoluta, evitando inclusive os entes próximos. De qualquer forma, mais importante do que a quantidade é a qualidade dos relacionamentos que construímos ao longo da vida. E, se você estiver satisfeito com eles, pode se dar ao luxo de conceder um espaço na agenda para si mesmo — e só para si mesmo.

Vida longa e acompanhada

Manter uma rede de relaciona mentos ajuda a espantar doenças que aparecem com o avançar da idade, como o Alzheimer. É que o contato social garante uma cabeça mais ativa. "Com o tempo, muita gente tem menos necessidade de usar o cérebro e as ligações entre os neurônios enfraquecem. Os vínculos afetivos auxiliam a conservar essas conexões", diz o psiquiatra Paulo Inecco, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Para domar a solidão

Cuide dos seus pensamentos:
se você se sente bem permanecendo um tempo sozinho, não foque em problemas, mas em assuntos positivos.

Gerencie seu tempo: apesar da correria, é importante manter um momento para os amigos e a família e para cuidar de si mesmo.

Abra o leque de relacionamentos: permita-se conhecer novas pessoas e controle a ansiedade para evitar possíveis decepções.
 

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Permita-se amar

Por Roberto Shinyashiki

Com o passar dos anos o amor tem sido muito mais estratégico do que espontâneo. Temos que redescobrir a naturalidade do relacionamento amoroso. As pessoas precisam ter interesse genuíno no outro.
As pessoas vivem fazendo comparações entre elas mesmas e os outros. Comparam também as pessoas entre si. O tempo todo ficam imaginado que, se algo fosse diferente no parceiro, ele seria melhor. Quando você entra no jogo da comparação, sempre, há alguém que sai perdendo. E, geralmente, quem sai perdendo é você mesmo. Ao se comparar, você fica impedido de ver quanto você é o único e especial. Muitas vezes, as pessoas se sentem agredidas pelos atos negativos do seu companheiro.


As características básicas das pessoas que procuramos coincidem, ou se opõem, na maioria das vezes, às de alguma pessoa especial e importante da nossa infância. Quando iniciamos uma relação, geralmente, vemos o outro como uma pessoa diferente dos parceiros anteriores e muito especial. Porém, à medida que os problemas vão surgindo, começam as comparações com o último relacionamento e, depois de algum tempo, reafirma-se a crença negativa de que amar não dá certo. Dessa maneira, é muito fácil, por exemplo, o casamento entornar em pouco mais de dois anos.

O grande desafio é, justamente, nos desvencilhar da imagem projetada que fazemos de nós mesmos e de quem está ao nosso lado, nos permitindo aceitar as maravilhosas qualidades do ser humano e os defeitos também. Quando, num relacionamento, não estamos amando o outro, mas, a imagem que construímos e buscamos encontrar, e essa imagem cai, permitindo-nos vê-lo exatamente como é, há um desinteresse, um desencanto. Enquanto vivermos sob o domínio da neurose, com sistemas de comparações, jamais amaremos alguém com a intensidade de que idealizamos. Amamos nos sonhos e ficamos sozinhos quando acordados.

Há uma frase de que gosto muito diz: “o casamento dá certo para quem não precisa de casamento”. Normalmente, a compulsão de casar e de viver junto nascem de uma dependência. As pessoas esperam um complemento. Essa não é a função de um relacionamento, o outro não vai preencher uma lacuna, mas sim, ajudar a desenvolver o que elas não têm. Infelizmente, a maior parte das pessoas odeia sua própria companhia e vê no outro uma forma de “salvação”.

O único jeito de amar é buscando a sinceridade. Infelizmente, com o passar dos anos o amor tem sido muito mais estratégico do que espontâneo. Nas revistas femininas via-se muito esse tipo de atitude: “se ele fizer isso, faça aquilo”, o que foi minando a espontaneidade do amor. Nós temos que redescobrir a forma de amar, a naturalidade do relacionamento amoroso. As pessoas precisam ter interesse genuíno no outro.Todas as maneiras de amar devem ser naturais. Quem fica estudando demais o outro, “mata” a possibilidade de amar alguém. O mundo é feito de absurdos e encontros, os absurdos fazem parte, porém, devemos entender que é possível ser feliz, acreditando dia-a-dia na naturalidade dos sentimentos.

Devemos perceber que a única maneira de amar o outro é nos amando. A medida em que você vai desenvolvendo a paz, mais você vai gostando de ficar com você e seleciona melhor seu possível companheiro. Se a pessoa tem baixa auto-estima, usará o outro para “tapar o buraco” de suas carências, no entanto, ninguém resolve a carência de ninguém. Conviver e saber aceitar a idéia de que qualquer relacionamento pode acabar é a chave para o amor saudável e construtivo. Tentar dominar o parceiro com medo da perda, só faz com que ele se afaste ainda mais. Esse é outro grande desafio da arte de amar: lidar com a possibilidade da perda, sem dominar o outro.




segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Veja 5 motivos pelos quais um abraço faz bem à saúde

O abraço pode ajudar na comunicação

Foto: Getty Images
Os homens sempre arrumam uma desculpa para dormirem um pouco mais afastado das mulheres. Está quente, precisa de espaço, não está confortável são algumas das mais famosas frases. Apesar disso, uma pesquisa diz que há mais carinho em um abraço do que em um olhar.
Segundo o site Shape, os abraços podem trazer alguns benefícios à saúde que podem convencê-los a mudar de ideia.
1. É muito bom: o abraço libera uma substância chamada oxitocina, também conhecida como o hormônio do bem-estar, aumentando a felicidade geral da pessoa. O abraço também pode liberar endorfinas, mesma substância química liberada após um bom treino ou quando você come chocolate. Ela também contribui para esse bem-estar.
2. Faz você se sentir sexy: o benefício mais óbvio para o abraço entre um casal está no sentido físico. Ele pode levar o casal a ter um momento divertido, relaxante e amoroso após o ato sexual. Além disso, há também a liberação de dopamina, um hormônio que aumenta o desejo sexual. Estudos mostram que o sexo faz bem para o corpo e para a mente.
3. Reduz o estresse e a pressão arterial: o contato físico com outras pessoas pode ajudar a reduzir o estresse. Abraçar e beijar aumentam os níveis de oxitocina que pode ajudar a diminuir pressão arterial, reduzindo o risco de doenças cardíacas, estresse e ansiedade.
4. Ligação entre mulheres com os bebês: o abraço também é saudável por conta do apego emocional. A ocitocina está intimamente ligada ao parto e a amamentação e, segundo um estudo, tem um papel biológico na ligação entre mãe e bebê. É saudável querer estar perto de alguém. O abraço será ainda melhor se você contar ao seu parceiro sobre o quanto se sente bem e confortável quando ele chega perto.
5. Ajuda na comunicação: o abraço não causa apenas atração física. A maioria dos casais queixam-se problemas de comunicação. As pessoas querem se sentir compreendidas e o abraço pode ser o veículo que transmite compreensão e empatia. A comunicação não-verbal pode ser uma forma muito poderosa de falar com seu parceiro sobre sentimentos.
Dar um abraço como forma de comunicação pode ajudar os casais a terem uma relação ainda melhor.
 


Fonte:Terra

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O veneno dos relacionamentos

Por Dado Meira

 
 
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veneno.jpgAlgumas vezes, sem que possamos perceber, cresce no nosso interior, a partir de um ressentimento ou de uma suposta rivalidade, o sentimento de ciúme. Isto oprime a harmonia e a saúde de nossos relacionamentos.
O ciúme é um sentimento que nos faz sentir incomodados com certas situações que anteriormente eram insignificantes, como, por exemplo, a atenção de um namorado para com a namorada, a beleza de uma amizade, o cuidado de um pai para com um filho, o sucesso profissional de um colega ou o reconhecimento de suas habilidades em determinada função, etc.

Uma insatisfação, aparentemente sem motivos, toma conta da pessoa que acredita, ainda que não seja verdade, estar perdendo a atenção e o carinho. Supõe não ter as mesmas chances que seu irmão, parente ou colega. Quando o ciúme toca os relacionamentos, qualquer coisa poderá ser motivo para alimentar um espírito de competição e de disputa. Com isso, a pessoa que era dócil, compreensiva e companheira, torna-se áspera, agressiva nas respostas e pouco solícita. Isto, certamente poderá destruir uma convivência que anteriormente era saudável. Entretanto, se questionada, essa pessoa prontamente justificará seu comportamento com outras respostas. Dificilmente admitirá sentimento de ciúme.

Ao alcance dos tentáculos do sentimento de ciúme poderá estar nossas famílias.Este “micróbio” tentará se instalar, contaminar e matar a amizade que deveria ser eterna entre os parentes. Não é difícil se notar a disputa discreta ou as provocações sem sentido entre os irmãos por coisas sem importância. Penso que tal sentimento poderá surgir quando a pessoa envolvida por um medo equivocado, acredita ser menos amada, não ter a mesma preferência de antes ou suspeita da possibilidade de ser privada daquilo que valoriza profundamente.

Algumas situações poderão se tornar mais crônicas quando, em meio a todas as supostas verdades, se encontra a desconfiança da honestidade de quem amamos. Trabalhando em nossa imaginação, o ciúme nos faz criar situações que não existem; deduzimos coisas que vemos apenas nos filmes da nossa mente. Infelizmente, por essas atitudes, estará instalada em nossos relacionamentos a grande sombra da inquietação, potencializada pela insegurança que insistirá em assombrar a nossa paz de espírito. Outras pessoas, mergulhadas em suas equivocadas convicções ou tomadas pelo pavor de experimentar o suposto abandono, chegam ao limite de privar a quem se ama do direito da vida.

O amor verdadeiro traz a cumplicidade e o compromisso pela felicidade mútua.

Ainda que possamos sentir, em alguns momentos, uma pequena dose de ciúmes, é necessário aprender a lidar com as nossas inseguranças. À medida que vamos conquistando a autoconfiança, o respeito pelo espaço do outro, estaremos também cultivando a saúde dos nossos relacionamentos. Todo aquele que se dispõe a amar e a viver um bom relacionamento, zela pelos cuidados necessários para a sadia convivência com a pessoa amada. E isso não faz do outro objeto de sua pertença.

 Por mais que amemos a pessoa ao nosso lado, não temos o direito de posse da sua liberdade.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A importância de ter amigos

Amigos são as pessoas que estão ao seu lado na alegria e na tristeza e que topam qualquer programa, por mais inusitado que seja, só pelo prazer da sua companhia. Mas há outras vantagens em ter alguém em quem confiar. Uma pesquisa da Universidade de Brigham Young, nos Estados Unidos, mostrou que a amizade faz bem à saúde. Ela pode aumentar em até 50% a taxa de sobrevivência de um indivíduo diante de adversidades à saúde física e mental. Não ter amigos, por outro lado, pode ser tão ruim quanto fumar 15 cigarros por dia ou ser alcoólatra, relata o site Vital.


Segundo a professora Claudia Barcellos Rezende, do Departamento de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), isso acontece porque o ser humano precisa viver em grupo. “Como essa é uma questão importante em nossa sociedade, as pessoas com dificuldade de manter amizades devem ser mais infelizes ou tristes. Isso pode ter algum efeito na saúde”, explica. A falta de amigos faz aflorar o sentimento de não pertencer a um grupo. “Isso diminui a autoestima e a capacidade de a pessoa perceber melhor a si mesma”, afirma, por sua vez, o psicólogo Waldemar Magaldi. E fique atento: amigos são diferentes de colegas. “A amizade exige uma troca, é uma relação de interesse mútuo, na qual duas pessoas fazem bem uma à outra”, explica.
Isso pressupõe uma confiança que não existe entre colegas. “No amigo, você pode confiar. Ele estará presente e vai apoiá-lo em todas as situações”, acrescenta Claudia. Outra forma de identificar quem está mais próximo é saber que a amizade faz bem, enquanto relações com interesses unilaterais são “patológicas e doentias”, conforme define o psicólogo. Ou seja: se você sentir que o “amigo” não se importa muito com sua felicidade e seu bem-estar, desconfie.
Como um companheiro para todas as horas é uma joia rara, cuide bem do seu. Saiba ouvir os problemas dele, procure não ferir os sentimentos do outro, ajude-o quando ele estiver desanimado, e, sobretudo, seja sincero. “Quanto mais transparente uma pessoa for, mais fortes são os vínculos de amizade. É uma relação que vai além do tempo e do espaço”, completa Magaldi.